quinta-feira, 28 de julho de 2011

Acidente de trem em Perus completou 11 anos.



                                          Acidente na estação Perus.

No dia 28 de Julho de 2000 tudo ocorrera relativamente calmo durante as operações da CPTM na Linha A  (Atual Linha 7 Rubi) até as 19:15 quando ocorreu a suspensão de fornecimento de energia na rede dos trens daquela linha entre Jaraguá e Perus,a causa interrupção da energia  até hoje é desconhecida,A CPTM acionou a Operação PAESE (Programa de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência),para transportar através de ônibus os passageiros entre as estações Pirituba e Perus e vice e versa,o Centro de Controle Operacional (CCO) da companhia passou a trafegar trens nas extremidades da linha, entre Pirituba e Brás e entre Perus e Francisco Morato.
Uma composição, vazia, estava estacionada com seu maquinista e auxiliar, entre Jaraguá e Perus, com freio de serviço e de estacionamento acionados e rodas do trem calçadas ( há até hoje contradições sobre o calçamento das rodas do trem,procedimento que passou a ser obrigatório após o acidente foi a existência destes calços).
As 21:15 o maquinista entrou em contato com o centro de controle avisando que o trem estava movimentando-se,e tentou sem sucesso interromper esta movimentação acionando incansavelmente os freios,ciente do risco de colisão com outro trem estacionado na estação Perus que aguardava ordem de partida com usuários sentido Francisco Morato, O centro de controle operacional providenciou de imediato:

Comunicar-se via rádio com o maquinista do trem estacionado em Perus e solicitar a imediata partida do trem sentido Francisco Morato,a partida não foi possível devido a interrupção da energia que naquele momento afetava o trecho Perus e Caieiras,na tentativa de restabelecimento a energia havia sido interrompida por técnicos da Subestação de Caieiras para tentar restabelecer a energia entre Pirituba e Caieiras.

Os diálogos do CCO foram gravados pelo Rádio Amador  Gilberto que observou no rádio o desespero do centro de controle acompanhe no vídeo.


Em uma ultima medida para evitar a colisão o Centro de controle tenta ativar uma chave de desvio (AMV -Aparelho de mudança de via) tentativa frustrada em descarrilar o trem desgovernado que estava vazia e seguia com o risco eminente de colisão.

Até que o trem que seguia desgovernado atinge a "cauda" do trem que estava na estação Perus em procedimento de esvaziamento ultima medida tomada já que a composição parada não conseguiu partir e "fugir" do trem desgovernado. A Imagem abaixo mostra no relógio a hora exata em que houve a colisão.

Poucos segundos antes da colisão os funcionários da estação através dos megafones solicitavam a imediata saída (batida em retirada) dos passageiros do trem estacionado desesperadamente, durante a colisão alguns passageiros foram atingidos na plataforma e dentro da composição que estava na estação,o impacto da colisão foi tamanha que ao colidir com o trem estacionado na plataforma de Perus,o trem desgovernado "encavalou" com o impacto e elevou-se por sobre o trem estacionado e arrancou inclusive a Passarela de travessia entre as plataformas de lugar tento parte do trem desgovernado ficado sobre o trem que estava estacionado e parte frontal sobre parte da estrutura da estação.

                                         Cena mostra o "Amontoado" de trens na estação Perus.

                                                        Estrutura e trens bem danificados.

                           Trabalhos de operários para livrar a linha e coloca-la novamente em operação.

Acidentes na companhia já eram eminentes com trens da série 1700  devido a sucessão de falhas que havia no projeto do trem com relação a freios,em 1995 um outro trem da mesma série havia apresentado problemas de freios e segui desgovernado também entre Vila Clarice e Piqueri,não houve um acidente nesta ocasião em razão das medidas tomadas com a eminencia da colisão,diferente do caso do acidente de Perus este pode ser evitado pois havia energia para o deslocamento dos trens a frente da composição desgovernada.
Os trens da série  1700 passaram por uma revisão geral e modernização do sistema de freios,dos trens envolvidos no acidente salvaram-se alguns carros ,4carros do trem que estava estacionado e 6 carros do trem desgovernado sendo que  os Carros de número 1103 e penúltimo carro de número 1203 e antepenúltimo carro 1303 (Cauda do 1118 trem que estava estacionado na Plataforma de Perus) e os Carros 1740,A740 Cabine e segundo Carro do trem desgovernado,foram destruídos  totalmente.

(Atualmente o Carro Número 1740 e A740 existentes em uma composição da mesma série 1700 são carros que estavam imobilizados no pátio Lapa e foram renumerados e incluídos em nova composição após a reforma geral dos trens desta série.)

Carro 1740 Antigo 712 na CBTU que estava imobilizado e foi recuperado e renumerado como 1740 e roda até os dias atuais.

Apenas os Carros 1118,1218,1318 ainda circulam (reformados),os carros 1103,1203 e 1303 foram baixados pela companhia.

                                           Composição 1118 seguindo para Franco da Rocha SP.

                            Carro 1203 Baixado pela companhia está ainda no pátio das oficinas da Lapa.

No dia seguinte ao Acidente estive na estação e a situação era crítica,parecia cena de filme, com milhares de pessoas dependuradas em passarelas , viadutos ,grades e até mesmo em árvores,para acompanhar o cenário da tragédia ocorrida naquele Bairro e naquela estação,ainda pela manhã o corpo de bombeiros ainda procurava por vítimas entre o amontoado.

                                 Profissionais do Corpo de Bombeiros em buscas por vítimas no local.


            Durante o trabalho de remoção dos trens acidentados a multidão acompanha atentamente curiosa.

As vítimas com ferimentos diversos somaram um total de 124, e fatais um total de nove,das quais familiares de cinco vítimas entraram em acordo com a companhia que as indenizou as demais famílias das outras 4 vítimas ainda brigam até hoje na Justiça.

A Estação após o acidente:

A Estação passou por um período de Reformas após o acidente e permaneceu fechada,o transporte de usuários que necessitavam do trem era feito de ônibus que partiam da praça em frente a estação Perus,com destino a estação Jaraguá e Caieiras.
 Eis que após 4 meses de trabalhos a estação é reinaugurada,ainda sem a passarela que seria recolocada um pouco mais tarde.
Em 2008 a estação recebeu coberturas metálicas  e bilheterias blindadas,sendo mantida suas características marcantes como o prédio da estação na plataforma 1 dos tempos da SPR (São Paulo Railway). 

A Sindicância da companhia que apurou as causas do acidente e responsabilizou o maquinista do trem desgovernado (que sobreviveu pulando do trem quando nada mais podia fazer para se salvar),  Osvaldo Pierucci,que não calçou o trem.

Quanto as vítimas fatais ficam aqui nossas devidas condolências aos familiares...



Texto: Denis Castro.
Imagens : Denis Castro.

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