terça-feira, 5 de julho de 2011

Metrô e trens de SP registram média de nove furtos por dia

Superlotados, as estações e os trens do Metrô e da CPTM têm facilitado a vida dos criminosos. São registrados, em média, a cada dia, nove casos de furto, segundo reportagem deEvandro Spinelli e Rogério Pagnan publicada na edição desta quinta-feira da Folha.





Marlene Bergamo/Folhapress
Metrô e trens registram média de nove furtos por dia; imagem mostra Centro de Controle Operacional do Metrô
Metrô e trens registram média de nove furtos por dia; imagem mostra Centro de Controle Operacional do Metrô



Para a polícia, superlotação favorece ação de criminosos em estações e vagões

Agressões também são muitas, diz delegado; para Metrô, ocorrências são poucas em relação ao número de usuários


EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN

DE SÃO PAULO 

Cada vez mais superlotados, as estações e os trens do Metrô e da CPTM têm facilitado a vida dos criminosos: a cada dia, em média, nove pessoas são vítimas de furto.
Para a polícia, os ladrões se aproveitam do tumulto nos horários de pico para agir. Levam principalmente carteiras e celulares.
A superlotação também é apontada como o combustível para quase uma ocorrência por dia de agressão entre usuários. De janeiro a maio deste ano, foram 118 casos.
"Todo dia tem um, dois [casos]. Quase sempre é desentendimento na hora de embarcar e desembarcar. O pessoal chega à porta, para, outro quer entrar, não consegue. Um passa na força, outro xinga. Há discussão, sai um empurrão, um soco", diz o delegado Valdir Rosa. A companhia nega a relação.
O metrô chega a ter mais de oito usuários por metro quadrado na hora do rush.
Rosa é o responsável pelo distrito exclusivo do sistema, o Metropolitano, que atende as 60 estações do metrô e 43 da CPTM na capital paulista.
As campeãs de ocorrências de furto, segundo ele, são as estações Sé, Barra Funda e Brás. São as mais movimentadas, com conexões com ônibus e CPTM.
Desde o início do ano, foram registrados 1.395 furtos nas estações. Janeiro, por ser mês de férias e ficar com os vagões mais livres, registrou o menor número de casos: 167 -menos da metade do que em abril (358).
Além da superlotação, o especialista em segurança José dos Reis Santos Filho diz que a percepção de ordem e segurança que o usuário tem dentro do metrô muitas vezes favorece a ação do bandido.
"Quanto maior a percepção de segurança, mais isso favorece a criminalidade. Você fica relaxado, não protege a bolsa e não percebe quem está se aproximando, por exemplo", afirmou.
Os crimes registrados no DP do metrô não incluem os casos ocorridos nas imediações (mesmo que na calçada das estações). Ainda assim, esse DP alcança o 14º posto no ranking de furtos entre as 96 delegacias da capital.
O metrô defende a segurança do sistema. "Nosso indicador é calculado por milhão de passageiros transportados. Estamos com uma ocorrência a cada milhão. Em outros metrôs do mundo, a referência é de 1,5 por milhão. Estamos muito bem", disse Rubens Menezes, chefe do Departamento de Segurança do Metrô.
Segundo ele, até maio foram transportados 435 milhões de passageiros no ano, média de 3,7 milhões por dia.
A segurança no Metrô conta com 1.180 pessoas e 948 câmeras espalhadas por todas as estações. As bilheterias são blindadas e os trens novos e reformados que estão chegando já contam com câmeras em seu interior.

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