terça-feira, 23 de agosto de 2011

Demanda supera outras estações


Do: Diário de Mogi



JÚLIA GUIMARÃES
O movimento popular "Trem até César Já!" estima que o Distrito possua uma demanda de cerca de 15 mil passageiros por dia para o transporte público ferroviário. O número é superior ao movimento registrado em mais de 50% das 29 estações instaladas ao longo das linhas 11-Coral e 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os dados deverão ser utilizados para reforçar, junto ao Estado, a ideia de que há usuários potenciais suficientes para justificar a extensão dos trens. A proposta já conta com o apoio de 30 mil mogianos, que aderiram ao abaixo-assinado em favor da luta. O próximo passo do grupo será entregar o documento ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) na tentativa de sensibilizá-lo sobre este, que é um dos mais antigos e importantes pleitos da Cidade.
As informações sobre a demanda das estações são usualmente mantidas em sigilo pela CPTM, mas foram disponibilizadas ao movimento popular pela Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O diretor da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Adalberto Andrade, divulgou os números ontem, durante audiência pública promovida pela Câmara de Mogi para discutir a extensão dos trens. Os dados técnicos demonstram que é grande o número de estações com baixa demanda (confira quadros nesta página).
De acordo com os dados, a Linha 11-Coral possui um total de 16 estações, sendo que metade delas tem demanda diária inferior a 15 mil passageiros. Os números indicam, inclusive, que nenhuma das paradas mogianas recebe número muito expressivo de pessoas. O menor movimento é de Jundiapeba, onde 4,5 mil cidadãos utilizam os trens, e o maior é da Estação Estudantes, com 10,2 mil usuários. Já na Linha-12 Safira há 13 estações, oito das quais também têm frequência abaixo da prevista para César. As menores demandas são observadas em Engenheiro Goulart e USP Leste, que possuem 3,2 mil e 3,8 mil passageiros diários respectivamente.
O secretário municipal de Transportes, Carlos Nakahada, participou da audiência e confirmou que César possui grande demanda para o transporte público. De acordo com ele, a região é servida por 15 linhas de ônibus, que fazem cerca de 400 viagens diárias, sendo que grande parte dos passageiros tem a Estação Estudantes como destino. "Além disso, nossa Cidade possui uma média mil novos licenciamentos de veículos por mês ou 12 mil por ano. Os carros circulam em ruas de 450 anos que comportavam carroças. (...) Então, também temos um problema de trânsito. Não há dúvida de que a expansão do transporte público é importante", defendeu.
Os dados são mais um argumento a favor da luta pelos trens e contra as recentes declarações do secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, de que o Distrito não possui demanda suficiente. Outras justificativas utilizadas por Fernandes como entrave ao projeto também já foram tecnicamente contestados. A principal delas é de que o compartilhamento da linha de cargas seria um empecilho para a circulação das composições de passageiros. Porém, representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da empresa MRS Logística declararam que não haverá empecilhos.
A perspectiva de que existam 15 mil possíveis passageiros em César de Souza é estimada pelo próprio movimento popular. Durante sua última visita à Região, Jurandir Fernandes chegou a falar em 12 mil usuários, mas não confirmou se há uma pesquisa técnica que indique este número. Os integrantes do movimento tinham esperança de que novas informações pudessem ser apresentadas pela CPTM na audiência pública de ontem, mas o órgão não enviou representantes ao evento. "Convidamos, mas não veio ninguém", lamentou Andrade.
Nova audiência
O presidente da Comissão de Transportes da Câmara, vereador Expedito Ubiratan Tobias (PR), deve marcar uma nova audiência pública para discussão do projeto. O evento será realizado no próprio Distrito para que haja maior participação popular. A ideia partiu de propostas feitas ontem pelo vereador Carlos Evaristo da Silva (DEM) e pelo ambientalista Mário Berti Filho.

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