O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias Paulistas realizou hoje (12/08) audiência pública, no salão Vermelho da Prefeitura, para iniciar o debate sobre a importância de se estender a linha da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) até Campinas. Atualmente, os trens da linha 7 (Rubi) fazem o trajeto estação da Luz (na capital) até a cidade de Jundiaí. O objetivo dos ferroviários é que a nova linha também beneficie as cidades de Valinhos, Vinhedo e Louveira.
Abrindo o evento, o presidente do Sindicato, Francisco Felício, destacou a importância da retomada dos investimentos em ferrovia devido aos altos custos que o atual modelo de transporte impõe ao país. Francisco também salientou a importância social da implantação da nova linha. Atualmente, a passagem da CPTM custa R$ 2,90 – com direito a integração com o Metrô. Ele ressaltou o benefício à população carente, que muitas vezes não pode se deslocar de Campinas até a Capital, e reforçou a importância ambiental da questão com a redução de veículos nas estradas. O objetivo dos ferroviários, segundo Francisco, é “devolver à população o transporte ferroviário de passageiros”.
Em seguida, Sérgio Benassi, vereador pelo PCdoB de Campinas, refletiu sobre uma visão ultrapassada de algumas autoridades que consideravam ser necessário olhar para fora, de abandonar um projeto de nação para o país se desenvolver. Mas, segundo Benassi, o Brasil está revendo tal conceito. Uma das visões que estão sendo superadas é que um modal tem que se contrapor a outro. Para o vereador, “a dicotomia estrada-ferrovia não acrescentou nada. O Brasil precisa desenvolver um sistema multimodal pensando no futuro do país e das novas gerações”.
Pedro Bigardi, deputado estadual pelo PCdoB, reforçou o esgotamento do modelo rodoviário e os problemas que traz para a mobilidade urbana. Bigardi é coordenador da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog) da Assembleia Legislativa paulista. O deputado considera que “é necessária uma atualização profunda do Plano Estadual de Transportes, principalmente por conta da nova fase de desenvolvimento que o Brasil passa”. Para Bigardi, é preciso ter ousadia para avançarmos na “mobilidade urbana, na profissionalização e tributação do setor, além da luta pela integração dos modais rodoviário, ferroviário, aéreo e náutico”.
O deputado federal Guilherme Campos (DEM/SP) fez um histórico da contribuição que as ferrovias deram para a integração da sociedade. Como exemplo, citou Campinas, que se desenvolveu a partir de um entroncamento das principais ferrovias paulistas. Para o deputado, o tema levantado pelos ferroviários é “importante e não tem bandeira política porque é um tema que interessa a toda a população”.
A CPTM possui 89 estações, com extensão total de 260 km. São 119 trens que realizam 2.437 viagens/dia para atender 22 cidades e transportar mais de dois milhões de passageiros. Apenas a linha Rubi (estação Luz-Jundiaí) transporta 386.000 passageiros/dia.
Estão previstas novas audiências públicas nas cidades de Louveira (26/08), Valinhos (12/09), vinhedo (29/09).
De Campinas,
Agildo Nogueira Junior
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